segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Você acredita que isolamento cura doença psicológica?

Infelizmente, a internação em manicômios (os “famosos” hospícios) ainda é pensada como uma solução viável para determinados quadros de alteração psicológica (ex.: esquizofrenia paranóide), apesar das várias críticas publicadas em artigos científicos, lutas sociais por extinção e das leis nacionais e internacionais que falam da sua inadequação.

Há mais de quatro décadas temos alternativas importantes que podem auxiliar no processo terapêutico das alterações psicológicas, sem o uso dessa estratégia tão radical e geradora de estigma.

Além do uso da Psicoterapia (tratamento pela fala), da Psicofarmacologia (tratamento pela ingestão de remédios), da Acupuntura (tratamento por uso de estímulos sobre a pele), também temos várias outras formas importantes de promover saúde, como por exemplo, o uso do Acompanhamento Terapêutico (AT).

O AT é uma prática utilizada desde a década de 1960 em vários locais (EUA, Itália, Brasil, Argentina, Chile, etc.). Essa modalidade de tratamento usa o espaço de circulação do próprio paciente (rua, casa, escola, shopping, praças, etc.) para realizar: promoção da autonomia, do espaço de circulação, da capacidade criativa, da ressocialização, do processo de reflexão sobre si e os outros, da capacidade de higiene de si e do lar, da retomada do processo educacional, etc.

De forma geral, o Acompanhamento Terapêutico, no seu viés clínico, é utilizado de 2 a 3 vezes por semana, com saídas programas, com duração que varia de 1 a 3h. Essas “saídas programadas” são acompanhadas por profissional qualificado (geralmente formandos na área da saúde, com curso de capacitação na modalidade de Acompanhamento Terapêutico).

Muitos acompanhantes e pacientes dão relatos interessantes que vão no sentido de divulgar que os benefícios do Acompanhamento Terapêutico são sentidos desde a primeira sessão (aumento da auto-estima, da esperança, da criação de novos vínculos, etc.).

Assim, antes de pensar que “manicômio é a única solução”, leve em conta que o seu familiar/amigo pode contar com uma série de tratamentos mais eficazes, com resultados mais rápidos e com menos estigma que a clássica clausura da “casas dos loucos”.

Ou você ainda acredita que a internação (isolamento) cura a doença psicológica?


Dr. Alex Sandro Tavares da Silva – Psicólogo (CRP 07/11807), acupunturista, psicoterapeuta, mestre em Psicologia (UFRGS), especialista em Acupuntura (CBA/RS). Fones: (51) 9183-5253 / 3217-4300. Site: http://www.alextavares.com.br