terça-feira, 1 de junho de 2010

Desestressar é possível: Em busca do ócio perdido?

O estresse, conjunto de reações comportamentais, psicológicas e orgânicas a agressões (reais ou imaginárias) que perturba o nosso equilíbrio, pode gerar grandes dificuldades, como por exemplo, problemas de concentração, agitação psicomotora, irritabilidade, problemas interpessoais, queda do sistema imunológico e consequente queda na produtividade e criatividade laboral.
Além disso, o estresse pode desencadear quadros patológicos (ex.: depressão, ansiedade generalizada, alterações estomacais, etc.).
Criar momentos de lazer ou ócio pode ser uma maneira importante, entre várias outras, não só de diminuir o nosso estresse cotidiano, como também melhorar relações sociais, atividades no trabalho, processos educacionais, relação conjugal, etc.
Também são nos momentos de lazer (ou de “não fazer nada”, de ócio) que, do ponto de vista neuropsicológicos, podemos encontrar (“sem querer”) soluções para nossos problemas fundamentais (alguns que nos assolam a muito tempo), pois o cérebro pode fazer novas conexões neurais que auxiliarão na criação de novas perspectivas, novas formas de ver o mundo e nós mesmos.
De modo geral, em nossa sociedade capitalista, carregamos a errônea crença de que “ócio é algo feio, pura improdutividade” e essa idéia pode gerar uma grande sobrecarga de atividades... levando ao estresse e ao adoecimento.
Não são apenas alguns grandes empresários que acreditam na idéia de que "ócio é ruim", mas há também muitas pessoas (mesmo as donas de casa e os aposentados) que, ao ficarem paradas, se sentem muito mal, pois pensam (como os “chefes”) que “são preguiçosas”. Nossa sociedade conseguiu incutir a crença de que “devemos estar sempre em movimento” (mesmo do raciocínio) para mostrar que estamos “sempre produzindo”, mas já podemos encontrar “sinais” de que essa lógica está entrando em descrédito; veja, por exemplo, a empresa Google e os seus “espaços de lazer” dentro da empresa; pense no crescimento da busca por “espaços naturais” de descanso em jardins, parques, sítios; atente para os movimentos internacionais para redução brutal da velocidade comportamental cotidiana (ex.: “Movimento Slow Food), analise como as práticas de saúde natural estão crescendo em todo o planeta ao propor uma promoção de saúde integral e gradual, sem uso dos “rápidos” remédios (ex.: Acupuntura, Psicoterapia, Homeopatia, etc.).
Enfim, acredito que, aos poucos, encontraremos “o nosso modo” de agir (o “nosso tempo”), que, ao meu ver, não é idêntico ao do processamento do nosso PC, Palmtop, Laptop, celular, etc.


Alex Sandro Tavares da Silva – Psicólogo (CRP 07/11807), acupunturista, psicoterapeuta, mestre em Psicologia (UFRGS), especialista em Acupuntura (CBA/RS). Fones: (51) 9183-5253 / 3217-4300. http://www.alextavares.com.br